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Assassinos de Valério Luiz são soltos 1 semana após julgamento, em Goiânia

Valério Luiz Filho, filho do radialista assassinado em Goiânia: "O mais difícil foi ter enfrentado um homem com muito poder, influência e dinheiro" - Lucas Diener/UOL
Valério Luiz Filho, filho do radialista assassinado em Goiânia: 'O mais difícil foi ter enfrentado um homem com muito poder, influência e dinheiro'
Imagem: Lucas Diener/UOL

Théo Mariano

Colaboração para o TAB, de Goiânia (GO)

17/11/2022 04h01

Em 5 de julho de 2012, o jornalista Valério Luiz, 49, deixava a Rádio Jornal 820 AM, em Goiânia, quando foi surpreendido por um motoqueiro. Seis estampidos foram ouvidos. O apresentador do programa esportivo "Jornal de Debates" morreu dentro de seu carro. Começava ali a luta por justiça de sua família, que levaria mais de uma década para pôr os assassinos atrás das grades.

À frente da busca pela condenação dos envolvidos, o filho da vítima e advogado Valério Luiz Filho, 33, perseverou em meio às adversidades impostas por um sistema que adiou sistematicamente o julgamento.

Segundo a denúncia, o assassinato foi motivado por críticas feitas pelo jornalista à então diretoria do Atlético-GO, do qual o acusado, Maurício Sampaio, era vice-presidente. Desde 2019, quando se marcou pela primeira vez o júri que definiria o futuro dos acusados, foram cinco os adiamentos — alguns um tanto controversos.

Valério Luiz Filho, filho do radialista assassinado em Goiânia - Lucas Diener/UOL  - Lucas Diener/UOL
Valério em seu apartamento em Goiânia observa álbum com fotos onde se vê o cronista esportivo Mané de Oliveira: famoso na cidade, Oliveira faleceu antes de ver os criminosos presos
Imagem: Lucas Diener/UOL

Justiça que tarda

O primeiro adiamento ocorreu em abril de 2019, definido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida: a autoridade alegou que os fóruns criminal e cível de Goiânia não possuíam infraestrutura para sediar a sessão do caso, dada a "enorme repercussão".

Na ocasião, o próprio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) rebateu as declarações do magistrado e afirmou, em nota, que outros júris de grande repercussão foram realizados "sem quaisquer intercorrências" no local.

Cinco meses depois, o juiz Jesseir decidiu se afastar do julgamento, alegando motivos pessoais.

Um segundo adiamento viria com a pandemia da Covid-19. Quem assumiu o caso foi o juiz Lourival Machado, que havia definido a nova data de julgamento para o primeiro semestre de 2020. Com a impossibilidade de realização das sessões, a família de Valério Luiz teve de esperar mais dois anos, até que o júri pudesse ser reunido no ambiente adequado.

Valério Luiz Filho, filho do radialista assassinado em Goiânia - Lucas Diener/UOL  - Lucas Diener/UOL
Manobras: desde 2019, quando o júri foi marcado pela primeira vez, Valério viu cinco adiamentos acontecerem
Imagem: Lucas Diener/UOL

Manobra da defesa

A nova data, 14 de março de 2022, seria mais uma vez cancelada — em cima da hora. Marcada para começar às 8h30 daquela segunda-feira, a sessão foi adiada poucos minutos após o início porque o advogado de defesa do cartorário Maurício Sampaio decidiu deixar o caso.

O júri seria, então, remarcado novamente para 2 de maio. Valério Filho afirma que, por uma manobra jurídica, que permitia abandonar o caso sem avisar à Justiça, o advogado Ney Moura Teles, ex-representante da defesa de Sampaio, conseguiu o terceiro adiamento.

Já na sessão de julgamento, enquanto aguardava o início, Valério teve uma nova surpresa. A defesa de Maurício Sampaio ou a defender a suspeição do juiz Lourival Machado, alegando que o magistrado teria feito declarações contra o cartorário. Por isso, advogado e réu simplesmente deixaram o tribunal, forçando novo adiamento.

A defesa de Sampaio não conseguiu provar a suspeição do juiz.

O ex-presidente do Atlético-GO, Maurício Sampaio - Divulgação/Atlético-GO - Divulgação/Atlético-GO
Mandante do crime, Maurício Sampaio, ex-presidente do Atlético-GO, foi condenado a 16 anos
Imagem: Divulgação/Atlético-GO

O jurado sumiu

"Acredito que já era um interesse até mesmo da Justiça concluir o julgamento do caso, que ainda repercutia em toda a imprensa e se arrastava por dez anos", conta Valério Filho. Após a quarta intercorrência, o magistrado Lourival Machado definiu nova data para o júri, em 13 de junho deste ano — quando se deu o mais controverso adiamento, que está ainda sob investigação pela polícia.

A sessão ocorria normalmente, sem qualquer perturbação, até que, no dia seguinte, os trabalhos não foram abertos porque um dos jurados alegou ter ado mal e abandonara o hotel em que estava isolado. "Chegamos para o segundo dia de julgamento e um dos jurados simplesmente não estava lá", relembra Valério Filho. "Eu não acreditava que, de novo, o julgamento seria adiado."

Como explica o próprio TJ-GO, os jurados são colocados em um hotel para que não tenham qualquer contato com pessoas de fora. Esse requisito é garantia para que não haja qualquer quebra de isenção do jurado. Segundo Valério Filho, o que causa estranheza é que o homem pediu um carro por aplicativo para ir até sua casa tomar um remédio após sentir mal-estar, mas teria entrado em outro veículo. Como a investigação deste caso ocorre sob sigilo, a polícia não divulga mais informações sobre o inquérito.

Valério Luiz Filho, filho do radialista assassinado em Goiânia - Lucas Diener/UOL - Lucas Diener/UOL
Sobre o avô, o também radialista Mané de Oliveira, que lutou por justiça mas morreu de câncer antes do veredito: 'Se eu pudesse falar algo para ele, só diria que a gente conseguiu'
Imagem: Lucas Diener/UOL

'Nunca cogitei desistir'

Valério Filho recebeu a reportagem do TAB em sua casa, no centro de Goiânia, na sexta-feira (11), dois dias depois do resultado na Justiça. Os olhos fundos e as pálpebras arroxeadas indicavam as poucas horas de sono do rapaz, que finalmente conseguira a condenação de quatro dos cinco acusados pela morte do pai.

"Esses dias estão extremamente corridos. Ontem ei o dia inteiro em entrevistas e, ao final do dia, quando ia falar com uma rádio, acabei 'dando o bolo' neles. Peguei no sono e nem vi", conta.

Para ele, "o mais difícil de toda essa história foi ter enfrentado um homem [Maurício Sampaio] com muito poder, muita influência e dinheiro", diz. "Estava arriscando muita coisa ali. Sabia que, se perdesse no tribunal, também poderia virar alvo."

Valério ressalta que seu avô, o também jornalista e ex-deputado estadual Manoel de Oliveira, conhecido como Mané de Oliveira, foi fundamental para a pressão popular que sustentou a luta nos tribunais. "Quando meu pai morreu, eu ainda era muito novo. Meu avô, à época muito conhecido por seu trabalho, era respeitado e assumiu a luta, não deixou que o caso fosse silenciado com o tempo."

Valério lamenta apenas que, com tantos adiamentos, o avô tenha morrido, vítima de uma parada cardiorrespiratória, antes da condenação dos acusados. "É muito irônico que meu avô não esteja aqui para ver [o resultado]. Ele nunca hesitou e isso garantiu nossa segurança."

Ao longo desses anos, Mané de Oliveira lutava também contra um câncer que lhe tomou pulmão, fígado e intestino. "Se eu pudesse falar algo para ele [Mané de Oliveira], só diria que a gente conseguiu", diz o neto Valério, sem conter as lágrimas. "Sinto muita falta dele e queria que estivesse aqui neste momento."

Valério Luiz Filho, filho do radialista assassinado em Goiânia - Lucas Diener/UOL - Lucas Diener/UOL
Apesar do habeas corpus conseguido por Maurício Sampaio, Valério confia em sua prisão: 'Não acredito que a pena seja equivalente ao dano cometido, mas conseguimos a vitória'
Imagem: Lucas Diener/UOL

'Vitória contra o sistema'

Na quarta-feira (9), o juiz Lourival Machado anunciou as condenações de quatro dos cinco acusados pela morte de Valério Luiz. Os réus foram o cartorário Maurício Sampaio; o amigo e ex-funcionário do mandante, Urbano de Carvalho Malta; o cabo da Polícia Militar, Ademá Figueredo Aguiar Filho; o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier; e o sargento da Polícia Militar Djalma Gomes da Silva. Destes, apenas Silva, acusado de ter ajudado no planejamento e atrapalhado as investigações, foi inocentado. O Ministério Público recorreu dessa decisão.

O mandante do crime, Maurício Sampaio, foi sentenciado a 16 anos de prisão. Autor dos disparos, Ademá Filho recebeu a mesma pena. Marcus Xavier e Urbano Malta foram condenados a 14 anos de reclusão cada um por participação no planejamento do crime.

Menos de uma semana após as condenações e prisões, todos os quatro réus estão em liberdade. O primeiro a deixar o presídio, após habeas corpus, foi o cartorário Maurício Sampaio, apontado como mandante — ele ficou apenas dois dias atrás das grades. Na quarta-feira (16), os outros três condenados (Ademá Silva, Urbano Malta e Marcus Xavier) também deixaram a prisão, depois de uma decisão liminar assinada pela juíza substituta Alice Teles de Oliveira, que acatou pedidos de habeas corpus feitos pela defesa dos réus.

Para o filho de Valério Luiz, as decisões já eram esperadas. O advogado afirma que vai aguardar o esgotamento dos recursos dos réus, confiante de que cumprirão a pena em regime fechado. "Não acredito que a pena seja equivalente ao dano cometido pelo crime e pela espera de dez anos do processo, mas conseguimos a vitória — uma vitória contra o sistema."