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'Salvini cretino, Bolsonaro assassino': o dia que Anguillara Veneta parou

Praça Matteotti em Anguillara Veneta, onde se concentrou o protesto contra o título de cidadão honorário concedido a Jair Bolsonaro - Caroline Cavassa/UOL
Praça Matteotti em Anguillara Veneta, onde se concentrou o protesto contra o título de cidadão honorário concedido a Jair Bolsonaro
Imagem: Caroline Cavassa/UOL

Caroline Cavassa

Colaboração para o TAB, de Anguillara Veneta (Itália)

01/11/2021 14h48

Anguillara Veneta talvez nunca tenha visto tanta agitação. No último sábado (30), a prefeitura da cidade de 4 mil habitantes, na província de Pádua, na Itália, amanheceu repleta de esterco e pichações contra o presidente Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira (1º), o dia começou cedo com uma movimentação atípica.

Tudo isso porque, há uma semana, Anguillara Veneta ocupa o noticiário nacional e internacional por causa da decisão da prefeita da cidade, Alessandra Buoso, de conceder cidadania honorária a Bolsonaro.

As ruas do centro foram tomadas por manifestantes, que caminhavam debaixo de chuva e neblina, e por curiosos, que tentavam entender por que tamanho aparato policial — desde as 7h, cerca de 200 carabinieri tomaram as ruelas do município para isolar o lugar e evitar confrontos entre os dois grupos que se formavam.

Sede da prefeitura de Anguillara Veneta amanheceu pixada no sábado (30), como parte do protesto contra o título de cidadão honorário a Jair Bolsonaro - Caroline Cavassa/UOL - Caroline Cavassa/UOL
Pixação na sede da prefeitura de Anguillara Veneta
Imagem: Caroline Cavassa/UOL

De um lado, viam-se bandeiras do Brasil e da Itália enfeitando a avenida principal do município e, de outro, na Praça Matteotti — nome de um socialista que morreu assassinado durante o fascismo —, manifestantes contra Bolsonaro se enrolavam em bandeiras vermelhas.

O protesto foi organizado por siglas da esquerda italiana, como o Partido Democrático, Refundação Comunista, CGIL, a maior central sindical da Itália, e ANPI, associação que reúne membros da resistência italiana ao fascismo (mais conhecidos como partigiani).

Em tom de crítica à amizade entre o presidente brasileiro e o líder da Liga (partido de extrema-direita) e ex-ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, aposentados italianos gritavam "Salvini cretino, Bolsonaro assassino".

O italiano Giuseppe Palomba - Caroline Cavassa/UOL - Caroline Cavassa/UOL
O italiano Giuseppe Palomba
Imagem: Caroline Cavassa/UOL

"O que acontece com os brasileiros ou qualquer outro povo do mundo também nos diz respeito. Estamos aqui porque é inaceitável que seja concedida a cidadania honorária a uma pessoa que deixou que devastassem a floresta amazônica, que vem acabando com um pedaço de mundo que é responsável pela sobrevivência de todos nós e que também é o responsável pela morte de 600 mil pessoas infectadas pela covid-19 em seu país. Isso tudo é inaceitável não só com o povo brasileiro, mas também com a população de Anguillara, conhecida por ter combatido o fascismo no ado", afirmou o italiano Giuseppe Palomba.

Endereço errado

A polícia local impediu que manifestantes pró-Bolsonaro entrassem em conflito com o outro grupo presente, que estava em maior número. Isso porque alguns fãs do presidente acabaram errando o endereço da manifestação verde e amarela e, sem querer, se uniram aos "esquerdistas" na praça Matteotti, como bradavam os expatriados.

Foi o caso de Diene Matias,da Silva, 58. Nascida em Pernambuco, ela percorreu 130 km para chegar a Anguillara. A brasileira falou com o TAB e, enquanto defendia a reputação do presidente, ouviu um "então volte ao Brasil" de um senhor italiano que ava ao lado. Ela acredita que a culpa do atraso na vacinação contra a covid-19 no Brasil foi culpa dos governadores e prefeitos brasileiros, sem se alongar muito.

"Bolsonaro veio para mudar a história. Em mil dias de governo, não ouvi falar sobre nenhum escândalo de corrupção", afirmou. TAB citou rapidamente os casos de "rachadinha" investigados pelo Ministério Público, envolvendo um dos filhos do presidente, o senador Flavio Bolsonaro, mas a entrevistada acusou a reportagem de pertencer à mídia que persegue o governo.

Diene Matias da Silva, que vive na Itália e viajou 170 km para ver Bolsonaro em Anguillara Veneta - Caroline Cavassa/UOL - Caroline Cavassa/UOL
Diene Matias da Silva, que vive na Itália e viajou 170 km para ver Bolsonaro em Anguillara Veneta
Imagem: Caroline Cavassa/UOL
O pintor Alcemar Mandelli, apoiador de Jair Bolsonaro - Caroline Cavassa/UOL - Caroline Cavassa/UOL
O pintor Alcemar Mandelli, apoiador de Jair Bolsonaro
Imagem: Caroline Cavassa/UOL

Enquanto o protesto ganhava mais adeptos, os cartazes contra a honraria recebida por Bolsonaro aumentavam. Uma moradora da cidade chegou a fazer uma colagem com recortes de jornais antigos para relembrar o ado socialista de Anguillara. A jovem italiana também explicou o porquê de não concordar com a decisão da prefeita Alessandra Buoso. "Ele cometeu crimes no Brasil e isso trará visibilidade negativa ao nosso município", afirmou.

Outros manifestantes presentes no protesto afirmaram que não seria um problema Bolsonaro solicitar cidadania italiana através dos procedimentos burocráticos normais. Foi o que disse Antonio Spada, vereador que faz oposição à prefeita de Anguillara.

Spada explicou detalhadamente que a prefeitura da cidade decidiu, de forma unilateral, conceder a honraria a Jair Bolsonaro. O vereador disse ainda que a cifra destinada ao evento, que inclui um grande almoço ao presidente em outro ponto da cidade, era de 9 mil euros (R$ 59 mil reais). Após ouvir diversas críticas, a prefeita Buoso informou, em uma postagem de Facebook, que ela mesma custearia a festa.

Faixa contra o concessão de cidadania honorária a Jair Bolsonaro em Anguillara Veneta - Caroline Cavassa/UOL - Caroline Cavassa/UOL
Faixa contra o concessão de cidadania honorária a Jair Bolsonaro
Imagem: Caroline Cavassa/UOL

De longe, governo 'ótimo'

O evento que tornou Jair Messias Bolsonaro cidadão honorário da cidade foi transferido para o Convento Arca Del Santo, a 2 km da Praça Matteotti, onde cerca de 60 brasileiros entusiasmados aguardavam a chegada do presidente.

A longa espera durou 3 horas. A maioria dos apoiadores vivem na região do Vêneto e nasceram no sul do Brasil. Em entrevista ao TAB, muitos afirmaram que consideram o governo de Jair Bolsonaro como bom ou ótimo, mas não pretendem voltar a viver no Brasil nos próximos anos, mesmo que o presidente seja reeleito.

O pintor Alcemar Mandelli, 33, mora na Itália há três anos e disse que saiu do Brasil para buscar qualidade de vida. "Colocar uma criança numa boa escola pública lá no Brasil não é possível. Mas agora a situação está começando a mudar", disse.

Mandelli disse ainda que a única saída para que o Brasil volte a crescer é a "queda dos comunistas", sem se alongar, e finalizou a entrevista dizendo que, apesar de odiar os manifestantes de camisa vermelha, também considera saudável que existam espaços democráticos para que todos possam se expressar.

Jair Messias Bolsonaro chegou ao convento por volta de 12h30. Ainda sob forte chuva e neblina, seus apoiadores mais apaixonados conseguiram ultraar o bloqueio de o organizado pela segurança presidencial e por policiais italianos.

Poucas horas depois, houve confronto em Pádua, cidade próxima a Anguillara Veneta que também está na rota da Bolsonaro. Perto das 16h (hora local), uma ativista do grupo contrário ao presidente brasileiro foi presa, enquanto a polícia lançava jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes, que tentavam furar o bloqueio para ar as ruas e caminhar em direção a Basílica de Santo Antonio, que Bolsonaro deve visitar. Segundo um dos organizadores do protesto, ouvido pela Folha de S.Paulo, um manifestante foi ferido.